Qua, Maio 15, 2024

Policiais e bombeiros militares do Piauí podem parar no dia 25 de maio

Os praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Piauí podem parar na segunda-feira, 25 de maio, por causa do não cumprimento da última parcela de reajuste dos salários dos militares relativa à lei aprovada em 2012. Uma assembleia está marcada para 26 de maio, na Praça da Liberdade ao lado do Palácio Karnak - edifício-sede oficial do governo estadual. Em pauta a organização do movimento de tolerância zero. Após a assembleia será montado um acampamento na praça.
Os policiais civis e delegados do Piauí também agendaram um ato para o dia 25 de maio e podem paralisar suas atividades ao lado dos policiais militares. Os agentes passam pela mesma situação dos praças.
A Lei 6.173/2012 instituiu o regime de subsídio para os militares e dividiu o reajuste em quatro parcelas: fevereiro de 2012, maio de 2013, maio de 2014 e maio de 2015. No entanto, o governador Wellington Dias (PT), eleito no final do ano passado, alegou dificuldade financeira para não cumprir a lei e sugeriu dividir a última parcela em duas etapas, metade para esse mês e outros 50% para o ano que vem.
De acordo com o diretor-financeiro e relações públicas da Associação dos Policiais Militares do Piauí (Aspom-PI), soldado Waldeir Ribeiro, diretor financeiro e relações públicas, a estratégia dos militares é deflagrar o movimento "Polícia Legal", que consiste em uma verdadeira operação padrão de tolerância zero nas ações da Polícia. O movimento é organizado pelas associações unidas dos militares do Piauí.
 
No dia 21 de maio, quinta-feira, será realizada uma audiência pública na Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Piauí para tratar do impasse entre os profissionais da área e governo.
Autor de requerimento da audiência, o deputado Evaldo Gomes (PTC) criticou o não cumprimento da legislação salarial dos militares. “Esta lei foi cumprida pelo governador Wilson Martins e pelo governador Zé Filho, mesmo com dificuldades. Precisamos ver que a violência e a falta de segurança talvez sejam o problema número um do Estado, este final de semana ocorreram quatro assassinatos na capital”, afirmou Gomes no Plenário da Casa. 
Outra audiência pública, organizada pelo Tribunal de Justiça do Estado, acontece no dia 22 de maio, sexta-feira.
Eleito deputado federal com apoio dos militares, o atual secretário de Estado da Segurança Pública do Piauí, capitão Fábio Abreu (PTB), está desacreditado pela tropa, avalia o diretor da Aspom. "A tropa se sente abandonada por ele. Foi nomeado secretário da Segurança Pública e está se queimando com a sociedade e com os policiais e bombeiros militares", disse.
O diretor de Formação de Mobilização da Associação Nacional de Praças (Anaspra) e da Associação dos Policiais Militares do Maranhão (Aspom), soldado Alexandre Henrique Rios Leite, está acompanhando de perto a mobilização, e tem levado apoio e assistência aos praças e às lideranças do Piauí.
 
Valores
Atualmente, o soldado em início de carreira recebe R$ 2.450,92 de subsídio, enquanto o coronel, R$ 13.230,13, de acordo com a tabela da Lei 6173/2012. Com a integralização do último reajuste, os soldados vão receber R$ 3.100,00 e os coronéis, R$. 15.099,00.
A Polícia Militar do Piauí conta com cerca de 5.500 PMs, apesar de estar previsto um efetivo de 16.000 servidores, enquanto o Corpo de Bombeiros tem apenas 332 militares, para uma população de 3,2 milhões de pessoas.  Texto: Alexandre Silva Brandão (Jornalista Aprasc/Anaspra)

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