Sex, Nov 1, 2024

1ª Conseg - Lula diz: "Policiais são guardiães"

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Tarso Genro, participaram da solenidade de abertura da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, nesta quinta-feira (27 de agosto), em Brasília. Cerca de três mil pessoas participam do evento, que prossegue até domingo, com o objetivo de propor uma política de Estado para o setor. O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra – PM/BM), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, que também é membro da Comissão Organizadora Nacional (CON), compôs o quadro de representantes da comissão presente ao palco. Também participa do evento, o diretor Administrativo, sargento Héder Oliveira Martins. Em seu discurso, o presidente Lula destacou a necessidade da valorização do profissional de segurança pública, merecedor de renda e condições de trabalho justos. Comparou o policial militar com um guardião, aquele que é responsável por estabelecer a ordem. “Policial é igual a Deus, para os ateus. Só falam bem deles quando é necessária a ajuda de ambos”, brincou. A coordenadora geral da Conseg, Regina Miki, que concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, destacou a participação direta de mais de 525 mil pessoas em todo o processo de realização da conferência. “O momento é histórico. É a constituinte originária para a revisão da segurança pública no país. Destacou ainda que os membros da COM farão parte do Conselho Nacional de Segurança Pública, a pedido da sociedade. “Os membros serão indicados e farão parte de um conselho intermediário até o próximo ano, quando serão realizadas eleições.” Adriana Duarte, de Brasília. Presidente Lula diz que é preciso criar condições de trabalho e renda para profissional de segurança pública. Regina Miki destacou a participação de mais de 525 mil pessoas na Conseg.

1ª Conseg - Conheça a diretriz mais votada em cada eixo-temático

Confira a diretriz mais votada em cada eixo-temático da 1ª Conseg:

1 – Gestão democrática: controle social e externo, integração e federalismo - Criar, estruturar, fortalecer, legitimar e dotar os conselhos comunitários de segurança (Conseg) como fórum permanente de participação da comunidade na definição das estratégias de segurança pública, por meio de: reuniões descentralizadas, abertas e regulares; incentivando a implantação dos Conselhos nas localidades onde ainda não foram criados e garantindo que funcionem com estrutura e infraestrutura adequada, de modo que sirvam efetivamente para melhorar a atuação da comunidade nas questões de segurança pública, em articulação permanente com as forças de segurança e controle social. Para isso: garantir a destinação regular de verbas de custeio necessárias ao pleno funcionamento dos Conseg; efetivar os já existentes e reformulá-los, se preciso; permitindo que eles: acompanhem a distribuição e a aplicação dos recursos do Pronasci e os oriundos do Fundo Nacional de Segurança Pública; coordenem a implantação de comitês de desarmamento que colaborem para a ampliação da tranqüilidade social com relação à utilização de armas diversas; criem comitês de acompanhamento, até o final dos casos, de casos violentos/criminosos envolvendo policiais; divulguem amplamente a existência, a estrutura e os objetivos do Conselho Comunitário de Defesa Social (CCDS), auxiliando no sucesso de seus programas e projetos; definam a promoção e a defesa dos direitos humanos como eixo fundamental de seu trabalho; mantenham setores específicos, tais como Centro de Controle Social Indígena; Cultura da Paz; projetos sociais de prevenção e combate à violência; cuide para que não haja represálias a cidadãos e autoridades no exercício da denúncia e do coibimento de atividades violentas e criminosas; colabore para a unificação e articulação das forças policiais e de controle social; colabore para a atualização continua do sistema de segurança pública, tornando-o cada vez mais adequado às necessidades da população; promova fóruns permanentes para debater abertamente as questões referentes à humanização da segurança pública e ao bem estar social; efetivem a integração entre GGIM e os Conselho Comunitário de Segurança.

2 – Financiamento e gestão da política pública de segurança - Aprimorar e ampliar a Rede Nacional de Integração de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização – Rede INFOSEG / Fortalecer o Sistema Nacional de Armas - SINARM e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - SIGMA / Implantar nacionalmente um Sistema Integrado de Segurança Pública e Defesa Social, como responsável pela coleta, produção, análise e disseminação de dados estatísticos, envolvendo organizações governamentais e não governamentais. Para efetivar o funcionamento desse sistema:, capacitar os agentes no utilização de novas tecnologias; implantar mecanismos legais que obriguem o fornecimento gratuito de dados cadastrais; instalar fórum nacional permanente de discussão sobre a qualidade da informação sobre violências, inclusive as midiáticas; criar, nas secretarias de segurança pública, um grupo gestor para administrar as informações dos fatores criminógenos; criar órgão único federal com núcleos integrados com acesso às informações; criar um sistema nacional de mapeamento dos crimes; coordenar articulação internacional para troca de informações; implementar em formato eletrônico os procedimentos policiais padrão com acesso em rede; implementar o geoprocessamento para mapeamento de crimes; inserção da autoridade portuária no sistema de informação de segurança. O sistema deverá conter os seguintes bancos de dados: Programa de Proteção a Pessoa Ameaçada; desastres e calamidades recorrentes; trabalhos dos órgãos periciais; Cadastro Nacional de Beneficiados por programas habitacionais provenientes de áreas de risco; informações sobre infância e juventude; cadastro de funcionários de empresas de segurança públicas e privadas; situação social das áreas vulneráveis; projetos de financiamento de segurança pública; integração entre os setores de inteligência das polícias; criminalística abrangendo as áreas de identificação humana (dactiloscópica, retrato falado, iridoscópica, DNA), identificação balística, acidente de veículos, antecedentes criminais de indiciados e réus; identificação dos tipos penais, de vítimas e de agressores.

3 – Valorização profissional e otimização das condições de trabalho - Criar um piso salarial, digno, justo e igualitário, para os profissionais de Segurança Pública, nas três esferas governamentais, com reajuste periódico e plano de carreira, visando à garantia da dedicação integral e exclusiva desses profissionais ao serviço de Segurança Pública./ Elaborar estudo nacional sobre a situação salarial dos profissionais de segurança pública, para identificar a situação atual e propor piso salarial nacional. / Definir parâmetros salariais equânimes dos profissionais de segurança pública do país.

4 – Repressão qualificada da criminalidade - Desenvolver programas de atuação fundamentados no uso progressivo da força com a incorporação de tecnologias e procedimentos de baixa letalidade, reprimindo o crime sem violar o direito à vida. Para isso, será necessário: mudar o conceito de política repressiva para política preventiva; formular estratégias e metas claras de redução da letalidade policial; capacitar continuamente os profissionais de segurança pública; melhorar a fiscalização sobre a responsabilidade do armamento dentro dos 1ª Conseg - Conheça a diretriz mais votada em cada eixo-temático quartéis e delegacias; realizar controle mensal de armas e munições; definir protocolos de abordagens com base na igualdade social, seguindo passos obrigatórios até o emprego da força como último recurso; orientar as agências de segurança para adotarem o uso progressivo da força como premissa básica da ação policial./ Ampliar o porte de armas para todos os profissionais de segurança, capacitando-os adequadamente para utilização apropriada deles a cada situação.

5 – Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura da paz - Construir creches e escolas públicas com educação integral e de qualidade; garantir padrões de funcionamento com estrutura para esporte, cultura e lazer; reformular a metodologia do sistema educacional. Instalar e disponibilizar para os alunos laboratórios de informática nas escolas; integrar a polícia com as ações de educação; cumprir as diretrizes e programas afins já definidas nos marcos da Lei de Diretrizes e Bases - LDB e do Plano Nacional de Educação - PNE. Abrir as escolas nos finais de semana, sobretudo nas periferias da cidade, com bibliotecas e salas; buscar parcerias com universidades; policiar as escolas. Organizar espaços de convivência comunitária; desenvolver termos de cooperação entre instituições de ensino em segurança pública e de pesquisa correlatas, nas esferas estadual e federal.

6 – Diretrizes para o Sistema Penitenciário - Fortalecimento das instituições que atuam na defesa do preso, assegurando ao recluso e aos submetidos a regime aberto e semi-aberto: garantia do cumprimento de sua pena em seu estado/país de origem; sua ampla defesa; a manutenção de sua dignidade; a humanização do seu tratamento pela aplicação do previsto nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados, evitando a superlotação e realizando o acompanhamento médico-odontológico-psicológico periódico; seu acesso ao culto religioso de sua preferência e/ou ecumênico, em espaços internos da unidade penitencial; a garantia de seus direitos humanos e sociais, de acordo com etnia, idade, gênero e condições de saúde mental; amplo acesso a sua reinserção e reintegração social, por meio de programas educativos e profissionalizantes; ampla informação sobre sua situação prisional; respeito aos seus direitos trabalhistas como recluso; e acompanhamento rigoroso dos prazos de cumprimento de pena; prevenção, combate e punição do racismo e da discriminação nos presídios; a antecipação da liberdade observando os critérios cabíveis; priorização do uso de armas não letais pelos agentes prisionais; eliminação do nome dos ex detentos da lista de condenados da justiça, emitindo um “nada consta” para possibilitar uma vaga no mercado de trabalho; abolir a exigência da carta de emprego; perdão da multa no término do cumprimento de pena, nos casos de pobreza legal; garantia de que o acesso à ficha criminal seja restrito aos órgãos vinculados ao sistema criminal; criação do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH Penitenciário; garantia de que o Juiz profira o julgamento baseado no fato do acusado e não a partir dos antecedentes criminais.

7 – Diretrizes para o Sistema de Prevenção, Atendimentos Emergenciais e Acidentes - Inserir no currículo e no calendário escolar em todos os sistemas de ensino: Semana de Prevenção a sinistros; aulas de primeiros socorros; temas afetos à Defesa Civil, à Educação para o Trânsito, à Educação Ambiental e à Segurança pública; capacitação de crianças e jovens para multiplicação de informações referentes a esses temas; Programa de Qualificação dos docentes nas matérias de Prevenção a Sinistros e Acidentes nas escolas.

Fonte: site da Conseg.

1ª Conseg - Balestreri apóia teses da Aspra

O secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri,afirmou nesta sexta-feira (28 de agosto) que defende as mesmas teses que a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra – PM/BM) e a Associação Nacional dos Praças (Anaspra). Segundo ele é necessária a desmilitarização ideológica da polícia. ”É preciso acabar com a cultura de guerrilha militar. O policial militar trabalha com a sociedade civil, é um protetor. Entretanto não podemos falar em fim das polícias militares ostensivas e punitivas, com cadeias hierárquicas claras.” Balestreri ressaltou que defende, assim como a Aspra, o fim da humilhação do profissional e a elaboração de um novo código de ética do militar – como já aconteceu em Minas Gerais. Disse ainda que é fundamental a preservação das bases, com a manutenção das policias militar e civil. Balestreri defende a desmilitarização ideológica.

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